Todo terceiro domingo do mês de 10h às 12h - microfone aberto ao público para a poesia desde 2008 sob a curadoria de Regina Mello
terça-feira, 18 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Comunicado
Atenção!
Comunicado importante!
O SEMENTES DE POESIA do dia 16/23, foi transferido para o dia 23/11, no mesmo horário e local.
Cristina Lebre (RJ) e Angela Vieira Campos (BH) juntas no SEMENTES DE POESIA, dia 23/11 às 10h, no Parque Municipal BH.
Sementes de Poesia - ed.especial - Ângela Vieira Campos - novembro 2014
Sendas no silêncio de Angela Vieira Campos
Angela Vieira Campos
Angela Vieira Campos
Marta Guerra, Angela Vieira Campos e Regina Mello no CCBH - CRM
Angela Vieira Campos
Sementes de Poesia - ed.especial - Ângela Vieira Campos - 8/novembro/2014, 18h
Lançamento do livro SENDAS NO SILÊNCIO de Ângela Vieira Campos, participação da flautista Aline Parreiras e microfone aberto ao público para leitura de poemas da autora.
Centro de Cultura Belo Horizonte - Centro de Referência da Moda
Curadoria de Regina Mello
Travessias: entre o sopro e a claridade
Olga Valeska Soares Coelho
“Pegadas vazias vão a lugar nenhum”, afirma o monge vietnamita,
Thich Nhât Hanh. E o que buscam esses poemas que atravessam
espaços dilatados em sendas esculpidas pela cegueira e pela
errância? “Saber de cor o silêncio/e profaná-lo, dissolvê-lo/em
palavras”, parece nos responder a epígrafe de Orides Fontela.
Mas o que dizer se as palavras se calam em versos que tateiam a
insuficiência dos sentidos dos corpos e das linguagens?
Recuso idiomas,
desobedeço dialetos.
Não pressinto a voz dos anjos,
a dos deuses, desconheço,
tenho apreço por silêncios:
o verbo míngua.
“Sendas no Silêncio” registra um percurso de travessia entre duas
cegueiras que ironicamente parecem evocar o espaço aberto de
distâncias e inquietações. O livro se divide em quatro partes:
Cegueira; Corpo do Fogo; Telas; Corpo do Barro. A primeira parte
do livro reúne dez poemas que dão início a essa jornada insólita
de assombros:
Deslizes deslizes deslizes
nesse passo assombrado
entre o solo e o nada
como se pisasse filigranas minúsculas
do livro invisível que nunca cessa
silêncio
E o sujeito poético segue, teimoso, uma senda de deslizes e
desvios. Cada parte do livro evoca experiências e sensações que
afetam um corpo que transmuta do fogo ao barro sem se deixar
fixar em nenhuma forma definitiva. É bastante significativo
que, no segundo poema do livro, a palavra “assombro” se veja
matizada por uma imagem de “sombra” (Insubordinada Sombra)
marcando o (des) lugar de um sujeito poético que ousa buscar
caminhos além dos lugares seguros e das verdades constituídas:
“Volto a poetizar o oculto/O rosto recebe palavras/Desvio-me,
não as escuto”.
O livro é introduzido por duas dedicatórias: “Para Heleno,
essa claridade. Para José Vieira, esse sopro”. Sopro e claridade
definem bem o que o leitor vislumbra no percurso de leitura
de “Sendas no Silêncio”. Nessa obra, o sujeito lírico canta um
percurso de criação poética e parece convidar o “outro” a
acompanhá-lo nesse canto sincopado que abre e fecha o ciclo de
uma intensidade sem tempo:
Música como tessitura:
aguardo um sopro místico,
um desalento –
o nada me subtrai.
Ora, cantar é gerar um sopro sonoro que atravessa o corpo
daquele que canta, afetando outros corpos em uma travessia de
ressonâncias potencialmente infinitas. Nesse trajeto, a voz poética
não se faz apenas passageira de uma viagem, nem viajante: ela
é peregrina. O passageiro visa a um ponto de chegada e faz o
presente perder a espessura. O viajante se deixa magnetizar pelo
encantamento do caminho e se esquece de si mesmo adiando,
sempre, o lugar da chegada. Já um peregrino está em estado de
vigília e fixa o seu olhar no pé que toca o caminho e no caminho
mesmo, sem deixar, no entanto, de se saber também passageiro
e viajante.
“Sendas no Silêncio” sustenta um sopro peregrino que tem
como ponto de partida um corpo amoroso que se abre para
um espaço além do si mesmo: “Tantos versos me sulcam/longe
de ancoradouros.” O canto é, então, um sopro que se deixa
atravessar pelo “outro”, numa perda de si que sugere a imagem
de um beijo:
primeiro a boca
que respira
depois as asas
a tocarem minhas fímbrias secretas
e então o sopro dessa boca sobre a minha
alma
Como afirma Jean-Yves Leloup1: “beijo em hebraico se diz
nashak, e quer dizer respirar juntos, compartilhar o mesmo sopro
e o mesmo odor. Assim, beijar é compartilhar o mesmo sopro”.
Como em o “Cântico dos Cânticos”, o livro de Ângela Vieira
deixa entrever uma pergunta: O que é “bem amar? E a canção
peregrina não oferece qualquer resposta, mas atravessa
espaços desérticos, explicitando uma poética orquestrada por
experiências físicas (?) de um agora pleno de claridades:
O amor traça ranhuras em nossos papéis.
Papiro sem data, o amor
Desfolha os palimpsestos da pele,
Perscruta o mar dos escolhos.
Amor: um fechar de olhos!
O amor só é amor pela claridade.
Também como os “Cânticos”, os poemas parecem aconselhar:
“Escute os sinais, observe as pegadas”. No texto de Vieira, os
corpos são sinais e o ritmo mesmo de uma vitalidade: uma força
capaz de suportar a imensidão circunscrita em imagens que
parecem recusar seus próprios limites.
A lucidez das plêiades
em obscuros cantos de sereias
avisam-me da noite maior,
forjada por vozes de poetas,
em cantos de maldoror.
Na verdade, o que se escuta é o ritmo do mundo que, na
violência de um presente impregnado de presenças, fragmenta
e desmembra os corpos que o povoam. E o gesto de escrever
confunde-se com uma busca pelo divino, na experiência de um
corpo demasiadamente humano, como podemos observar no
poema “Orfeu”:
Seus jardins secretos
Eram assim povoações
De outros corpos
Que lhe atingiam os órgãos
E os desmembravam
Um a um,
No mito, Orfeu encanta o mundo com sua música dionisíaca. Ele
vence os perigos de Hades, mas não vence a própria morte nas mãos
de bacantes. Em “Sendas no Silêncio”, a música de Orfeu entorpece a
dor existencial causada pela experiência da vitalidade bruta. A dor, a
morte e a sede confundem-se em uma entrega (impossível) ao “fora
do eu” que não se personifica em um rosto humano:
Estava tão dilacerado
e não percebeu
tanta era a música sentida
tanta era a sede
bebida
nas taças das bacantes
fora do eu.
O corpo que caminha... o sopro que recita, ressoa além dos limites
desses mesmos corpos que evoca, além da pele. Ele se fragmenta
para um encontro com a claridade absoluta no espaço de um fazer
poético pleno de assombros:
que a nudez se sature das tempestades
de areia
que os olhos se transbordem de ventos
que a pele assovie aos sons de seus arrepios
e o sexo distenda a corda sobre o abismo
A escrita risca o papel em “rastros rápidos”, redesenhando
o mundo e o corpo do peregrino que se deixa transmutar em
passagens que carregam bagagens múltiplas de vidas e de
memórias. Na verdade, os poemas constituem vozes que se
dissolvem em outras vozes, embaralhando os caminhos e
tateando experiências localizadas em corpos que sofrem, amam
e repousam:
Quantos silêncios são necessários
até que os corpos dancem suas perdas
suas paradas, suas doenças?
E o corpo que caminha em “Sendas no Silêncio” atravessa
os poros do mundo, em um percurso que toca “outras vozes”
inscritas na tradição poética ocidental e oriental. Assim, os pés
do caminhante cruzam e encontram trilhas demarcadas por
outros pés em um mise-en-abyme que reduplica infinitamente o
gesto da leitura/escrita/rasura.
porque das mãos viscosas ascendem letras
que me apagam
e da aragem retorna o resto, o riso,
sacro rito de um corpo incendiado
Nesse sentido, cantar é alinhavar ritmos, doar a força que
impulsiona os corpos em seu caminho. O sopro é, assim, a
doação da vida, mas é também o encontro de si em estado de
otredad. O canto é o sopro do corpo que anima a si mesmo e ao
outro, levando-os a uma busca que é também retorno:
Tantos versos me sulcam
longe de ancoradouros.
E quanto a eu ser outro
talvez mar, talvez sopro.
A voz que canta viaja num devir metamórfico que atravessa,
como o vento, os espaços visitados por outros sopros. Como
em uma dança, essa voz faz o som desse “magma” rodopiar
transmutando-o também em vento e vazio. Assim, o sujeito
poético em “Sendas no Silêncio” é sempre o estrangeiro, o
amante e o peregrino. E o seu caminhar é a intercessão das
temporalidades de uma experiência amorosa que tem sua
verdade provada no encontro improvável do vazio, da claridade
e do silêncio.
Espasmo entre cactos e pradarias
um súbito amanhecer
nas brenhas.
Desfez-se em desrazão
inclinando o rosto
como se divisasse os horizontes
e seus silêncios.
1LELOUP, Jean-Yves. Uma arte de amar para os nossos tempos. Petrópolis: Vozes,
2004. p. 43.
sábado, 18 de outubro de 2014
domingo, 21 de setembro de 2014
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Sementes de Poesia - interior - SANTO ANTÔNIO DO GRAMA ed. 11
Sementes de Poesia - Santo Antônio do Grama - ed. 11
Com participação especial dos alunos dos 6ºs. anos da E E Mariano Gomes
Sábado, dia 2 de agosto 2014 às 18h na praça Francisco Luiz Pinto Moreira
Curadoria Maria Zinato e Regina Mello
sexta-feira, 18 de julho de 2014
SEMENTES DE POESIA ed. 77 julho/2014
Domingo, dia 20 de julho, tem SEMENTES DE POESIA na Praça dos Fundadores de 10h às 12h.
Lançamento do livro "AUTORRETRATO E OUTROS “EUS” " de Fabiano Campachi (SP).
Entrada Franca | microfone aberto | participem
Direção e curadoria Regina Mello
Praça dos Fundadores, Parque Municipal Américo Renné Giannetti, BH - MG
terça-feira, 8 de julho de 2014
SEMENTES DE POESIA interior - julho 2014 ed. 10
SEMENTES DE POESIA interior - julho 2014 ed. 10
em Santo Antônio do Grama
Lançamento do livro AMOR EM RETALHOS, VERSO E PROSA de HERMÍNIO MEDEIROS
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Sementes de Poesia ed. 76 JUNHO 2014
Sementes
de Poesia acontece todo terceiro domingo do mês no Parque Municipal
Américo Renné Giannetti, Praça dos Fundadores, de 10 às 12h com
microfone aberto ao público para a poesia.
Curadoria de Regina Mello
Excepcionalmente
neste domingo 15 de junho 2014, para brindar o amor, vamos oferecer
oficina de flores de 12 às 13h ministrada por Severino Iabá.
Participem!
Entrada Franca.
Sementes de Poesia interior ed. 9 Santo Antônio do Grama/MG - junho/2014
Sementes de Poesia interior - Santo Antônio do Grama/MG
Lançamento do livro CINTILAÇÕES de Antônio Gonçalves Hudson
Curadoria de Maria Zinato e Regina Mello
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Sementes de Poesia ed. 75 maio/2014
Lançamento do Livro Antologia de Ouro Museu Nacional da Poesia, 60 poetas ibero-americaanos.
Lista dos autores:
10.
Dora
Oliveira / MG
11.
Douglas
Freire /MG
12.
Eduardo
Rennó / MG
13.
Eustáquio
Marconcine Bini /MG
16.
Helen
Novais / MG
17.
Ilária
Rato Zanandréa / ES
18.
Isac
Hudson / MG
19.
Ivone
Maranhão Chuang / PE
20.
João Diniz / MG
21.
Joémerson
Sales / MT
22.
José
Antunes Ribeiro / Portugal
23.
Josiane
Felix / MG
26.
LC Vinholes / RS
27.
Leandro
Pereira /MG
28.
Lena
Teixeira / MG
30.
Lucca
Marthius Lobato / DF
32.
Marc
Davi / MG
33.
Marco
Antônio Monti / RS
34.
Marcos Kern / MG
35.
Maria
Antônia Coelho Moreira / MG
36.
Maria
da Consolação / MG
38.
Maria
Zinato / MG
39.
Marília
Miranda Lopes / Portugal
40.
Mário
Chagas / RJ
42.
Maurício
Hudson / MG
43.
Mirian
Pascon / SP
44.
Myrian
Naves / MG
46.
Olga
Valeska / SP
49.
Piedade
dos Anjos / MG
52.
Rodolfo
Magalhães / MG
54.
Ronaldo
Wernek / MG
57.
Sãozinha
Nicomedes / MG
60.
Valdeck
Almeida de Jesus / BA
domingo, 4 de maio de 2014
sábado, 3 de maio de 2014
Sementes de Poesia interior SANTO ANTÔNIO DO GRAMA/MG maio/2014
Santo Antônio do Grama comemora o mês das mães com muita poesia.
Esta é a 7ª- edição do Sementes de Poesia interior em Santo Antônio do Grama
sob a coordenação de Maria Zinato, professora e poeta dedicada a semear poesia.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Sementes de Poesia ed. 74 abril/14
Dia 20 de abril de 2014 realizaremos a edição 74
SEMENTES DE POESIA,
na Praça dos Fundadores,
no Parque Municipal Américo Renné Giannetti,
das 10 às 12h.
curadoria Regina Mello
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